domingo, 25 de maio de 2008

Studio Greg Lynn

Video que mostra estudantes trabalhando no estúdio de arquitetura e design de Greg Lynn

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Arquitetura Flúida e Líquida, Greg Lynn

Assim como Marcos Novak, Greg Lynn é um arquiteto que vem da geração digital, ou seja, um arquiteto contemporâneo que explora os limites impostos pela materialização espacial dos projetos.

Filósofo e designer, Lynn é formado em biologia e fez pós-graduação em arquitetura pela universidade de Princeton e foi estagiário de Peter Eisenman.













A arquitetura de Greg Lynn faz parte da arquitetura dita flúida, ou arquitetura genética, são expressões que partem de formas primitivas e aos poucos vão quebrando a simetria, vão sofrendo mutações. Lynn baseia essas quebras no desenvolvimento dos seus protótipos, em questões biológicas e movimentos exteriores às edificações.
Seus processos projetuais são todos desenvolvidos por computador, través de diferentes técnicas de modelagem (blobs, bleb, shred, por exemplo) e o resultado é uma surpresa, em suas construções não se sabe ao certo o que é teto, piso, parede, não há um referencial, um respeito à gravidade, mas sim apenas um envoltório, o computador é o instrumento que rompe com as ideais clássicas da arquitetura de estática e equilíbrio que são substituídas por processos ditos mais vitais do projeto que são forma, conceito e animação.

O resultado final é um elemento plástico e desconhecido, sua criação portanto é a celebração da desordem, e do natural uso da computação gráfica para a exploração das formas.

Seus projetos são concebidos através de dobras e movimento, como se ao invés de utilizar um softaware de animação e caminhar pelo projeto, este fosse fruto de um próprio movimento.

Os espaços internos não seguem um funcionalismo e mais uma vez nos deparamos com casa que não possue “cara de casa”, como é o caso do seu projeto Embryological house, ilustrado acima. Não há semelhança do percebível, nada parece familiar quando pensamos em casas, e Lynn parece não estar muito preocupado com isso, ele é um grande pesquisador e experimentador das formas, esta é a sua expressão arquitetônica, um caráter muito mais de designer.

Parecem objetos metamórficos, um desafio a realidade. Os projetos de Lynn causam uma dupla sensação, a sensação de que a sua arquitetura é fruto de forças exteriores, forças físicas que a deformam, ela é sensível e sentível, perceptível, ela é afetada e nos afeta, nos sentimos afetados pela afetação.


continua....





Marcos Novak

Sobre a arquitetura líquida: “Trata-se de uma sinfonia de espaço, mas uma sinfonia que nunca repete e continua a desenvolver-se. Se arquitetura é uma extensão do nosso corpo, abrigo e ato para o ser frágil, uma arquitetura líquida é o ser no ato de se tornar a seu próprio abrigo evolutivo. Tal como nós, tem uma identidade, mas esta identidade só é revelada plenamente no decurso da sua vida”
Marcos Novak


Nascido em Caracas, na Venezuela, estudou arquitetura na Universidade Estadual de Ohio. É conhecido no mundo como o pioneiro da arquitetura do Cyberspace. Seu trabalhos parecem se dar um dentro de uma midia digital e neste se desenvolve o processo projetual onde novos conceitos de forma espaço, estrutura entre outros. Novak parece misturar um trabalho arquitetônico com a criação de design. O termo que Novak usa para se descrever é o do transarchitect, que introduz em seus estudos. Nascido em Caracas, na Venezuela, estudou arquitetura na Universidade Estadual de Ohio. É conhecido no mundo como o pioneiro da arquitetura do Cyberspace. Seu trabalhos parecem se dar um dentro de uma midia digital e neste se desenvolve o processo projetual onde novos conceitos de forma. Novak cria uma arquitetura que se desprende da lógica, das leis da gravidade e da rígida matemática euclidiana.É uma arquitetura que se dobra, se desdobra e assim se interage com seu ocupante. Uma arquitetura que se insere num contexto em que se limita pelo infinito. Pode ser considerada arquitetura algo que não se concretiza dentro de parâmetros dados reais mas sim em parâmetros virtuais? Talvez daí venham tantos novos termos criados por Novak como o da trans-arquitetura. Talvez seja uma arquitetura a frente do seu tempo ou talvez uma arquitetura adimensional, que se ergue do infinito, no infinito para o infinito.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Daniel Libeskind - Museu Judaico, Berlim

Daniel Libeskind é um arquiteto naturalizado americano de descendência polonesa judaica. Tem projetos diversos, como museus, projetos residências e comerciais. Entre eles está o Museu Judaico em Berlim, inaugurado em 1999. O museu judaico partiu do interesse de reavivar o antigo Museu Judaico em Oranienburger Strabe aberto em 1933 e fechado pelo regime nazista em 1938.

O Museu Judaico chama atenção do observador logo na fachada. Suas janelas se cortam de forma irregular e excêntrica. Ao olhar ligeiro, parece uma arquitetura estranha e sem nexo onde não podemos perceber o que há na parte interna. No entanto, o método de projeto de Libeskind é mais complexo e sentimental que o imaginado. “Uma Matrix irracional e invisivel" (Daniel Libeskind, 1995) Como diz o próprio Libeskind, seu projeto parte de uma Matrix, de um diagrama formado a partir de uma mapa feito com a localização de judeus antes da guerra. Estes pontos então foram conectados , ormando esta “Matrix” que se torna a linguagem de Libeskind no projeto. A parte interna do projeto é cheia de surpresas que, com a criação de perceptos, tentam contar a história dos Judeus na Alemanha e está conectado por um túnel ao museu de História Alemã. Suas áreas internas são extremamente diferentes da de um museu usual. Seu corredores estão cheios de significados. Sem ter uma entrada direta, o visitante deve passar pelo túnel a partir da edificação já existente e chega a um caminho com 3 eixos que representam as 3 realidade da história alemã. O primeiro eixo ligam a escada que chega ás áreas de exibição e o prédio antigo. É o eixo da continuidade. A partir deste eixo os outros dois surgem. O segundo eixo é o eixo da Emigração. Este tem um caminho mais tortuoso que passa por uma porta que leva ao Jardim do Exilo. Este leva tores de concreto a um ângulo de 12° para desorientar o observador, fazendo a referencia ao sentimento dos que foram exilados, mas com o topo com vegetação, representando a esperança. O terceiro é o eixo do Holocausto, que leva á torre do Holocausto, sem saída, que leva em seu caminho objetos de pessoas que passaram pelo mesmo. O edifício então é mais a obra de arte em homenagem á história judaica que o museu. Libeskind parece fazer o projeto com muito respeito e apego ao que é projetado. Cada elemento parece representar um ponto na historia, um sentimento, uma vida.

terça-feira, 25 de março de 2008

Museu Bilbao - Frank Ghery

Frank Ghery é outro arquiteto desconstrutivista muito conhecido pelas suas formas curvas e estruturas complexas e pelo uso de materiais diferentes como o titânio.
O museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha é um dos seus projetos que mostram claramente essas formas curvas e uma geometria complexa, tanto que nosso olhar é atraido e segue o movimento da construção. Mas a questão é, de onde vem essas dobras? De onde surgem esses devaneios e distorções de Gehry? Sabemos que a estrutura é totalmente resolvível através de treliças metálicas. Ghery tem um jeito muito particular de trabalhar que no caso do museu foi o estudo de maquetes para estabelecer a relação dessas novas formas através de experimentações e depois esses modelos foram transferidos para o computador através de um sistemas de coordenadas, num software chamado Catia. Sua equipe é bastante qualificada para tal tipo de procedimento mas e a idéia?



Bilbao foi concebido por Gehry apoiado nas esculturas de um artista do medievo chamado Claus Sluter que teve bastante influência na escultura gótica do século IV.
Ao me deparar com essa informação a primeira coisa que fiz foi tentar associar os elementos das esculturas na construção, normal, afinal procuramos sempre criar analogias em nossa mente numa tentativa de se familiarizar com a arquitetura vista. Mas enfim, a relação entre as dobras da escultura e as dobras da construção é de uma releitura de uma expressão, a idéia de Gehry é que os perceptos de uma escultura possa se refletir na arquitetura.A partir dessa análise é possivel perceber o que é a sua releitura, que é possível buscar elementos do passado para criar sua própria linguagem arquitetônica, a questão é como saber lidar com as referências que se tem. As formas do Guggenheim não são gratuitas.





“Inicialmente, o arquiteto organizou sua concepção em modelos em madeira, papel cartão e outros materiais”, relembra Castroviejo. Depois, as superfícies dessas maquetes foram digitalizadas em três dimensões, com a utilização do programa Catia. A partir dos dados gerados por esse software, outro programa, chamado Bocad, produziu os desenhos de detalhamento de montagem, lista de materiais e etapas ordenadas de fabricação dos materiais." (http://www.arcoweb/.com.br)
Graças ao museu, Bilbao, que antes era uma cidade sem muito movimento e destaque, hoje se tornou uma referência, um foco de turismo. O museu é uma obra simbólica para o lugar, acabou por transformar o seu entorno num grande centro de convergência de pessoas, arquitetura é isso, modificar o luar, gerar novos perceptos, sensações, agradáveis ou não.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Continuação do fim

















A postagem de hoje é uma continuação da anterior, não necessariamente seguindo uma sequência lógica.

Refletir sobre o processo de criação de Peter Eisenman, é uma tarefa arriscada e tentadora, principalmente porque ele é um arquiteto com uma base filosófica muito forte.Eisenman é tido como o terrorista formal e o pai do desconstrutivismo, seus estudos baseiam-se em personalidades como sigmond Freud e a pisicanálise e o filósofo Jaques Derridá dai já percebe-se que a sua arquitetura vai além.

Certa vez li em sua entrevista que seus projetos sempre surgem de uma idéia sugerida pelo programa, ou do lugar e sua história.Segundo o próprio "Sempre deve se contar com uma idéia prévia sobre o motivo pelo qual se está solucionando um problema". Essas idéias me pareceram mais digeríveis, pode-se perceber que Eisenman é um estudioso da forma mas é um profissional que antes de tudo sabe a importância do lugar e pode muito bem procurar nele sua fonte de processos projetuais.

Sua obra de Santiago de Compostella por exemplo, a cidade da cultura foi concebida através de um estudo de um código vindo do lugar. Eisenman foi buscar suas formas a partir da desconstrução de um símbolo da cultura local, não entrarei em detalhes aqui mas o que mais me chama atenção é o modo como ele consegue externar o seu conceito, seu método, e construir o seu partido com um direcionamento.Seus estudos parecem realmente refletir o lugar. A cidade da cultura concentrará vários prédios e o seu desenho dialoga com a topografia fazendo mensão as rotas medievais. São linhas curvas que passam pelo terreno gerando planos curvos também.



sábado, 22 de março de 2008

Peter Eisenman e o Fim


Entender a arquitetura de Peter Eisenman é se perder nos seus cheios e vazios, é perder o equilíbrio, é surpreender-se, é a contemplação do estranhamento, enfim, não é fácil, mas me parece divertido.
A primeira vista suas obras causam uma interrogação na nossa mente, chegamos a pensar " esse cara é louco!" No entando, ao ler seus artigos críticos sobre a arquitetura, pode-se perceber a coerência de seu discurso. Me refiro aqui especificamente ao seu artigo Fim do clássico, fim do começo, fim do fim em que faz uma crítica às arquiteturas e desenvolve uma análise crítica baseada nas ditas "ficções" - a razão, a representação e a história.
Ao me deparar com uma imagem penso cada vez mais que sua arquitetura possui um valor próprio, sua origem está nela mesma e não fora dela num determinado tempo da história ou vinculado a uma função, como aponta no fim do clássico, fim do começo, fim do fim. A arquitetura contemporânea não está presa a conceitos estilísticos.
Penso muito sobre isso quando me deparo com sua produção de casas na década de 60, casas porque uma das preocupações básicas do ser humano é ter onde morar então essa imagem é muito forte,
mas as casas de Eisenman não possuem
necessariamente cara de casas, suas arquiteturas não são simulações, não estão presas a função de moradias tradicionais, são resultados de um processo, penso nessa arquitetura então como um exercício de abstração, e superação de nossos próprios conceitos.
Por exemplo, nosso raciocínio está preso ao padrão, "quarto corredor" , quando Eisenman me propõe uma sala com vigas e pilares expostos espaços vazios e uma cama separada (lembro deste episódio quando apresentei a casa VI pra um trabalho sobre desconstrutivismo, em que ele dizia que o vão entre as camas, proporcionado pela estrutura, representava o vazio da sociedade) o primeiro pensamento é logo o desconforto, é a procura de função para os vazios, é tentar relacionar com algo anteriormente visto como forma de conforto, " ah, isto aqui pertence a uma casa".















Mas não há espaço para isso, não adianta, essas casas na verdade propõem um novo tipo de relação, uma nova tipologia, me parece muito mais sincero propor essa experiência do que remeter a elementos clássicos na procura de uma harmonia
A proposta aqui agora é outra,em seu texto sobre o fim eisenman me faz perceber que a arquitetura deve ser a arquitetura e somente ela, ou seja, algo cheio de valor próprio, algo tal como é, a importância aqui é própria e não vinculada a outros.