Entender a arquitetura de Peter Eisenman é se perder nos seus cheios e vazios, é perder o equilíbrio, é surpreender-se, é a contemplação do estranhamento, enfim, não é fácil, mas me parece divertido.
A primeira vista suas obras causam uma interrogação na nossa mente, chegamos a pensar " esse cara é louco!" No entando, ao ler seus artigos críticos sobre a arquitetura, pode-se perceber a coerência de seu discurso. Me refiro aqui especificamente ao seu artigo Fim do clássico, fim do começo, fim do fim em que faz uma crítica às arquiteturas e desenvolve uma análise crítica baseada nas ditas "ficções" - a razão, a representação e a história.
Ao me deparar com uma imagem penso cada vez mais que sua arquitetura possui um valor próprio, sua origem está nela mesma e não fora dela num determinado tempo da história ou vinculado a uma função, como aponta no fim do clássico, fim do começo, fim do fim. A arquitetura contemporânea não está presa a conceitos estilísticos.
Penso muito sobre isso quando me deparo com sua produção de casas na década de 60, casas porque uma das preocupações básicas do ser humano é ter onde morar então essa imagem é muito forte, mas as casas de Eisenman não possuem
Penso muito sobre isso quando me deparo com sua produção de casas na década de 60, casas porque uma das preocupações básicas do ser humano é ter onde morar então essa imagem é muito forte, mas as casas de Eisenman não possuem
necessariamente cara de casas, suas arquiteturas não são simulações, não estão presas a função de moradias tradicionais, são resultados de um processo, penso nessa arquitetura então como um exercício de abstração, e superação de nossos próprios conceitos.
Por exemplo, nosso raciocínio está preso ao padrão, "quarto corredor" , quando Eisenman me propõe uma sala com vigas e pilares expostos espaços vazios e uma cama separada (lembro deste episódio quando apresentei a casa VI pra um trabalho sobre desconstrutivismo, em que ele dizia que o vão entre as camas, proporcionado pela estrutura, representava o vazio da sociedade) o primeiro pensamento é logo o desconforto, é a procura de função para os vazios, é tentar relacionar com algo anteriormente visto como forma de conforto, " ah, isto aqui pertence a uma casa".
Mas não há espaço para isso, não adianta, essas casas na verdade propõem um novo tipo de relação, uma nova tipologia, me parece muito mais sincero propor essa experiência do que remeter a elementos clássicos na procura de uma harmonia
A proposta aqui agora é outra,em seu texto sobre o fim eisenman me faz perceber que a arquitetura deve ser a arquitetura e somente ela, ou seja, algo cheio de valor próprio, algo tal como é, a importância aqui é própria e não vinculada a outros.
A proposta aqui agora é outra,em seu texto sobre o fim eisenman me faz perceber que a arquitetura deve ser a arquitetura e somente ela, ou seja, algo cheio de valor próprio, algo tal como é, a importância aqui é própria e não vinculada a outros.
Um comentário:
Olá Fernanda,
Sou estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFBA e estou fazendo um trabalho sobre a Casa VI de Peter Eisenman. Bem desculpe o abuso, mas será que você tem algum material que possa me ajudar?
Um abraço,
Angélica
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